segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Uma nova Mensagem ao Partido


Joaquin Soriano

Para quaisquer definições sobre o nosso movimento, consenso haverá em dizer que somos uma força política no interior do PT com respeitável inserção nos movimentos sociais, com uma representação parlamentar destacada, com responsabilidades importantes no governo federal, em governos estaduais - notadamente na Bahia e no Rio Grande do Sul, onde está à frente do processo o nosso companheiro Tarso Genro. E a ele uma especial saudação. Pois a despeito de suas enormes tarefas como Governador, reserva tempo e energia para agir como dirigente partidário e destacado construtor do nosso movimento.

Tem a Mensagem ao Partido uma especial interlocução com setores sociais fundamentais para amalgamar uma força social e política no interior do PT e ao redor dele (naquilo que alguns chamam de sociedade civil petista) que é uma característica singular do nosso movimento. Um movimento como o nosso tem o objetivo de buscar hegemonia política. A hegemonia conquistada depende de alguns fatores decisivos. 

O primeiro deles é a nossa identidade. Sobre isso (plagiando um amigo que utilizou a mesma metáfora há alguns anos) podemos responder às três perguntas que Paul Gauguin formulou para intitular sua pintura em 1897. De onde viemos? Quem somos? Para onde vamos? Sabemos de onde viemos - da história da esquerda, dos ideais da emancipação humana. Sabemos o que somos, neste momento histórico crucial de crise profunda e duradoura do capitalismo nos seus centros outrora mais dinâmicos ao tempo que realizamos uma experiência inédita, pós neoliberal, no Brasil e em outros países da América Latina. Sabemos para onde vamos, porque lutamos para que o PT assuma todas as potencialidades para liderar o processo da Revolução Democrática. 

O segundo fator, depois da identidade, é a coesão política e programática. O programa segundo uma boa definição dada pelo Trotsky, que dela nos apropriamos, é uma compreensão comum dos acontecimentos e das tarefas. É a capacidade de olharmos para o mundo, para os desafios, analisar o período e cada uma das suas conjunturas. É compreendermos. A partir daí estabelecer as tarefas. Nos momentos especiais em que disputamos o PED apresentamos ao partido as nossas propostas programáticas.

E o terceiro fator, para conquistar a hegemonia, é transformar a força das nossas idéias em força material, ou seja em força social, política e cultural. É preciso, portanto, que a mensagem ao partido se coloque a tarefa de crescer. De atrair novos militantes para o nosso movimento. Seja por adesão individual, de grupos de militantes, de mandatos parlamentares, de lideranças dos movimentos ou nas suas comunidades.

A situação interna do PT está longe de se estabilizar, apesar da existência de um verdadeiro campo majoritário - desde o ponto de vista da força numérica. As possibilidades do nosso movimento crescer são grandes. As diferentes correntes internas do PT vivem um momento de instabilidade. É hora de propor com forte convicção a ampliação do nosso movimento. Convidar e debater com diferenciados setores partidários a construção de uma Nova Mensagem ao Partido.

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